22.8.12

Empresas amigas do PP lucram com os incêndios

Artigo publicado no Novas da Galiza nº 116

M.B./ As últimas privatizaçons encobertas no Serviço de Prevençom e Defesa contra Incêndios Florestais (SPDCIF) da Junta estám a beneficiar de novo duas empresas ligadas ao Partido Popular. A Inaer e a Natutecnia recebêrom a gestom das brigadas helitransportadas, tal como adiantaram sindicatos e associaçons profissionais. A segunda das firmas, vinculada ao ex-conselheiro do Meio Ambiente Carlos del Álamo, chegou a fazer provas de seleçom de pessoal semanas antes da assinatura do contrato. A Inaer, pola sua banda, monopoliza desde há décadas os helicópteros para o Serviço de Guarda Costeira.

Estas duas empresas ligadas ao PP levam anos celebrando suculentos contratos com as Administraçons públicas. Tanto assim, que a Inaer monopoliza através da sua filial Helicsa o fornecimento de aeronaves para o Serviço de Guarda Costeira da Galiza e controla mais de 70% do negócio dos helicópteros no conjunto do Estado espanhol. E isso apesar de a empresa de aeronáutica da família Fernández de Sousa-Faro, proprietária da Pescanova, acumular numerosas sançons da Aviaçom Civil e da Inspeçom do Trabalho. Sem ir mais longe, os dous helicópteros sinistrados recentemente quando participavam na extinçom dun incêndio em València pertenciam a esta empresa. O ocupante dum dos aparelhos faleceu.

Agora, tal como adiantara a CIG, umha Uniom Temporária de Empresas formada polas duas firmas, recebeu a gestom das brigadas helitransportadas. Deste modo, a Inaer será a encarregada de fornecer os helicópteros e a Natutecnia levará a contrataçom do pessoal. Já em 2010 a central nacionalista acertara quatro dias antes de que se resolvesse o procedimento aberto qual iria ser a empresa adjudicatária do serviço de optimizaçom da prevençom de incêndios florestais mediante a planificaçom estratégica e coordinaçom operativa. Como desta vez, entom a beneficiária foi a Natutecnia, empresa de que é diretivo o ex-conselheiro do Meio Ambiente com Fraga, Carlos del Álamo, já que o caderno de cláusulas administrativas e de condiçons técnicas fora feito como um traje por medida para a empresa.

Agora a Natutecnia, como já antecipara a CIG, volta a ganhar um concurso, ainda que desta vez de forma conjunta com outra das firmas mais beneficiadas polo PP, a Inaer Inversiones Aeronáuticas, propriedade dos donos da Pescanova, a família Fernández de Sousa-Faro. O mais grave do caso é que a Natutecnia fijo provas de seleçom de pessoal para as brigadas helitransportadas dias antes de que se decidisse o concurso. A central sindical rejeita o procedimento escolhido para se adjudicar o serviço e considera “umha negligência” prescindir dum pessoal qualificado como o que presta serviço nas brigadas helitransportadas, “que som umha peçachave no dispositivo contra incêndios”. Finalmente, qualificam de “escandaloso” que se entregue dinheiro a empresas privadas para que fagam o que vinha fazendo um serviço público porque “significa um custo acrescido para umha cidadania exausta de tanto apertar o cinto em favor de resgates bancários e contratos a dedo”.

Monopólio no mar


O monopólio da Inaer no fornecimento de aeronaves para a Junta remonta a 1990, pouco antes de que Juan Caamaño fosse nomeado conselheiro das Pescas por Fraga. Nestas datas Caamaño, filho dum militar franquista que foi alcalde de Ferrol e vice-presidente da Caixa Galicia e do Celta de Vigo, promove junto a Enrique López Veiga a criaçom do Serviço de Busca e Salvamento, que com o passar do tempo viria a ser o Serviço de Guarda Costeira da Galiza (‘Servicio de Guardacostas de Galicia’). Juntos recrutam o viguês Fernando Novoa, ex-oficial da Armada espanhola e piloto de helicópteros de salvamento que trabalha para a Junta como assessor marítimo. Novoa convence o presidente galego para importar para o nosso país o modelo da sociedade estatal de Salvamento e Segurança Marítima (Sasemar).

A gestom do serviço é um suculento negócio para as empresas, como no caso da adquisiçom de meios aéreos, que se deixou nas maos da Helicsa. Trata-se dumha filial do grupo Inaer Inversiones Aéreas, propriedade da família Fernández de Sousa-Faro e que controla mais de 70% do negócio dos helicópteros em todo o Estado. Novoa detém o cargo de conselheiro delegado e à cabeça do holding está Manuel Fernández de Sousa-Faro, o presidente da Pescanova, com 21% das açons. Mas a família em conjunto é dona de 50% dos títulos através da empresa de material ferroviário Transfesa, anteriormente presidida polo atual máximo responsável da Inaer, Antonio Domínguez Garcés, casado com umha das irmás Fernández de Sousa.

Este conglomerado empresarial acumula mais de 20 expedientes sancionadores da Aviaçom Civil e Inspecçom do Trabalho, segundo tem denunciado o Sindicato Español de Pilotos de Líneas Aéreas (Sepla). Nom importa: a sua filial, a Helicsa continua a ser a única adjudicatária da Junta desde 1995 no valor de mais de 100 milhons de euros. A empresa fundou-se em 1965. Na página web da firma explicase que nasce por iniciativa de Eduardo Saavedra —quem mais tarde chegaria a ser piloto do monarca espanhol— e com a ajuda económica das empresas galegas Ucomar e zeltia. Mas a relaçom da Família Real espanhola com a empresa teria ido mais longe, até o ponto de que ao monarca espanhol foi atribuída a mediaçom junto do rei da Noruega em favor da empresa. Pessoas do contorno de Fernando Novoa confirmáron que o empresário se gaba em público da sua amizade com Juan Carlos, com quen teria compartilhado viagens em helicópteros da Junta.